domingo, 30 de março de 2008

Resumo final ...

Foram 17 dias muito intensos! Vou tentar dar uma ideia de como tudo correu .....
As fotografias vão ajudar um bocadinho, mas pode estar uma ou outra fora da ordem ...

Quinta-feira, dia 6 de Março de 2008. Depois de termos tudo arrumado e as bikes semi-desmontadas e devidamente empacotadas numas caixas que o Pirry nos arranjou partimos para Madrid depois de almoço, para apanhar o nosso avião à 1:30 (já de sexta-feira).

Fomos nas calmas, ainda parámos pelo caminho e às 22:00 já tínhamos feito check-in e despachado as nossas bagagens minuciosamente pesadas em casa para não haver surpresas. Entretanto encontrámos o nosso guia português, Pedro Pedrosa que vinha de um voo de Lisboa. Uma surpresa, 15 minutos depois de nós termos feito check-in o Pedro não o pode fazer e não embarcou no nosso avião. As aventuras e desventuras para nos encontrar-mos de novo no Chile aqui.

Assim que chegamos ao aeroporto Ministro Pistarini em Buenos Aires, juntámo-nos ao outro tuga, o Miguel juntos apanhámos o transfer para o aeroporto J. Newberry. Este dia ainda faltava mais um voo de 2 horas para Comodoro Rivadavia onde o nosso guia chileno, o Jaime já estava à nossa espera.

Voar sobre o Rio de la Plata (Buenos Aires)

Neste voo conhecemos pelas caixas de bicicletas os outros 3 BTTistas desta aventura o australiano Greg e um casal norte americano Lisa e George. Instalámo-nos em Comodoro Rivadavia e no dia seguinte passamos o dia todo para fazer mais de 500 Kms de carrinha até Puerto Guadal. Pelo caminho, 3 postos de controlo e mais de meia hora na fronteira com o Chile para preencher papeladas e fazer uma revista em algumas malas. O Mané por exemplo, pregou-nos um susto com a porcaria do detergente da roupa embalado num saquinho de plástico. O chouriço do Coelho passou despercebido na revista, mas só depois é que nos apercebemos que nas fronteiras entre o Chile e a Argentina não podem passar produtos alimentares como fruta, legumes, carnes, etc ...

Carregar a carrinha do Jaime em Comodoro.

Este foi um dia em que a paisagem mudou drasticamente. Deixamos de ver os campos de petróleo argentinos e assim que entramos no Chile começamos a ver a cordilheira dos Andes cada vez mais perto. Em Chile Chico entrámos em terra batida e serpenteamos o Lago General Carrera até chegarmos a Puerto Guadal. Enquanto jantávamos chega o Pedro após uma maratona de voos e táxis ....

Lago General Carrera

Paso de las llaves

Lago General Carrera

Nesta noite, ainda antes de nos deitarmos a descansar, montamos as biclas e dormimos numas cabanas à beira do lago. Um cenário simplesmente paradisíaco. Era só o primeiro ...

A cabana da primeira noite na Patagónia.

O Mané levantou-se mais cedo para fotografar o amanhecer ....

Desde cedo as pessoas com quem tínhamos contacto (incluindo o Jaime) mostraram-nos as suas preocupações em relação à ideia que paira no Chile, em se construir grandes barragens que seriam uma catástrofe ambiental na Patagónia.

Ficamos sensibilizados desde cedo para esta campanha e faço um apelo a todos para visitar o site do Movimento Patagonia Sin Represas.


No primeiro dia a pedalar, ligámos Puerto Guadal a Cochrane. É impossível fazer aqui boas médias, pois estamos constantemente a babar-nos com todas estas paisagens. Como disse o Pedro no blog az-trails: "cada curva é uma surpresa".

Neste dia já vimos alguns glaciares no cimo das montanhas por onde passávamos, mas as imagens mais brutais eram aquelas que também tinham o Rio Baker. As cores deste rio alimentado pelos glaciares eram simplesmente fabulosas. Tudo lindíssimo ...
Antes de parar para almoçar ainda fizemos um pequeno desvio ao lado do Lago Bertrand para beber um café e comer umas bolachas.


Lago General Carrera.


Os primeiros quilómetros ...


Os primeiros quilómetros ...


Andes, Rio Baker e Carretera Austral.


Lago General Carrera.


Lago General Carrera.


Lago General Carrera.


O guia "Peter" Pedrosa.


Eu e o Coelho.


Mané (esq). As burras a descansar (dir).


Lago Bertrand.


Lago Bertrand.


O trio guardense junto ao Lago Bertrand.


A malta durante a pausa.


Coelho.


Mané.


Nas margens do Rio Baker.


Mané e o guia e amigo Jaime (Este homem é um sinhore!!)


Rio Baker.


É lindo não é?


Continuando a pedalar ...


Mané, mais conhecido por José (pronuncie-se:"ioséy" ou "goséi")


De novo, o lindo Rio Baker?


O primeiro guanaco. (Nunca pensámos ver tantos ...)


Conseguem ver dois gandas maliucos no rio?


À espera de os ver passar ...


Yoséi.


Mané e o Coelho a dizer talvez:"É só o inicio!"


Transito ...

O dia terminou em Cochrane com pouco mais de 80 Kms. A dormida foi em casa da senhora Rubio. Uma senhora muito simpática que nos arranjou sitio para arrumar as biclas, tomar banho e dormir descansados. Aqui apanhamos dois pequenos sustos que felizmente não estragaram a viagem. O primeiro foi com o Coelho que teve um pequeno problema no travão da frente e ficou sem ele até o fim da aventura, foram 900 Kms sem travão à frente. O segundo foi com o eixo pedaleiro do Mané que parecia ter folga e quando verificamos era a rosca do quadro que estava moída, a solução foi meter tudo no sitio bem aconchegado (sem duas anilhas) e pedalar com cuidado para não comprometer o resto da viagem, que foi o que na realidade acabou por acontecer.


Chegada a Cochrane.


Cochrane.


Arrumando as biclas.


Nas mecânicas em casa da senhora Rúbio.


Cozinha da senhora Rúbio.


Jantar em Cochrane.

O segundo dia pedalante, começou com um bom pequeno almoço preparado pela senhora Rubio, ovinhos mexidos, café con leche, geleias feitas pela senhora Rubio, etc, etc .... Com um pequeno almoço destes não há razão para não ter forças.
Foi a nossa sorte ....
Isto porque os 130 Kms deste dia tinham o piso muito estragado e andava-se mais rápido de bicicleta do que a carrinha do Jaime. O resultado foi que o pequeno almoço foi gasto e bem gasto, pois quando o Jaime apareceu com o abastecimento já nós levávamos 70 Kms pedalados. A água potável, já tinha acabado a todos e as barritas de cereais também. Quando o vimos fizemos uma festa, parecia uma miragem.


À porta da casa da Sra Rubio.


A auto-tenda que o Mané queria levar ...


Vaquinhas no caminho ...


Uma das muitas quintas, aqui chamadas estâncias.


Rio Baker.


Rio Baker.


Trio guardense (esq). Pedalando pelos Andes (dir.)


Tiago e Coelho.


Rectas...


A sinalização mais comum.


Tentativa de não nos entusiasmar-mos com as decidas ...


Verde.


Pedalando pelos Andes ...


Coelho a tirar mais uma foto.


Água cristalina.


Um dos muitos glaciares que observámos.


Mais uma estância.


Vestígios de uma grande enxorrada.


Descanso ...


A caminho de Caleta Tortel.


Uma de muitas bonitas paisagens.


Um afluente do Rio Baker.


Mané.


Tiago.


Outra vez Mané.


Outra vez Tiago.


Ainda faltam esses 22 ...


Paulo, Mané e Tiago.


Na encosta, o caminho que trazemos.


Na encosta, o caminho que trazemos.


Greg.


Coelho.


A caminho de Tortel.


A planície que antecede a subida para Tortel.


Mais um glaciar para a conta.


Mané e Coelho (esq). Lisa e George (dir).


Planície.


Lisa anda Yoséi.


Este dia foi mais um dia para nos babar-mos com as paisagens. Voltámos a acompanhar o Rio Baker em várias zonas e só neste dia vimos mais de 30 glaciares. A temperatura, à semelhança do dia anterior esteve muito boa, sol quentinho e o vento não se mostrou. O dia acabou numa pequena aldeia piscatória construida em cima de estacas de madeira, Tortel. Fez-me lembrar o porto palafítico da Carrasqueira no nosso Portugal. À aldeia só se vai mesmo a pé por estes passadiços que no total fazem mais de 3 Kms de extensão. Desnecessariamente carregamos as biclas até perto do sitio onde íamos dormir para no dia seguinte carregar com elas outra vez.


Vista sobre parte de Caleta Tortel.



Já dentro da aldeia.


Um dos muitos passadiços de madeira.


No descanso, eu, Greg, Mané e Coelho.


Nos alongamentos.


Levar as biclas para a "garagem"


Também merecem ser carregadas.


Tortel.


Mais uma boa foto do Mané.


A senhora que nos guardou as bicicletas, com o filho, um amigo e nós.


Em construção.


Outra perspectiva de Tortel.


Mané, sempre a fazer novos amigos.


Este dia à noite a rede de telemóvel já era uma mentira, mas a casa onde dormimos tinha telefone, a única diferença é que todos os telefones daquela aldeia só davam para comunicar entre eles. Era só mesmo uma rede da aldeia e ligação ao mundo ... não havia.
Ao jantar tínhamos de decidir o percurso a tomar nos dia seguintes. O Pedro propôs-nos duas alternativas. A primeira era muito idêntica ao que tínhamos andado a fazer, isto é, encontraríamos o Jaime a meio do percurso para um abastecimento e ao fim do dia num sitio para dormir. A segunda era sem dúvida muito mais aliciante, pois iríamos pedalar dois dias por zonas ainda mais remotas. O único inconveniente é que não iríamos ter apoio do Jaime, pois ele teria a árdua tarefa de conduzir umas 20 horas para nos apanhar no fim do segundo dia. A decisão do grupo foi unânime, o segundo "programa" era bem mais interessante.

Assim, à noite já depois de jantar começa a chover e começámos a perceber que a partir dali iria ser tudo um pouco diferente. No que levaríamos para esses dias, teria de constar alguma comida, roupa para o dia seguinte e um calçado para caminhar pois iríamos ter uma parte de 7 Kms por uma zona em que só se passava a pé ou a cavalo e o Pedro não tinha a certeza se era ciclavel ou não.

A manhã em Tortel começou molhada, muito molhada. Para começar o dia tínhamos a tarefa de "tirar" de Tortel toda a nossa bagagem e as nossa bicicletas. Para não demorarmos muito tempo a carregar tudo isto pelos passadiços molhados, carregamos tudo num pequeno barco que nos deixou mais perto da rampa de acesso onde chegava a estrada. O aquecimento estava feito e bem feito. Com a carrinha do Jaime e com outra Pick-Up fomos até Puerto Yungay para apanhar um ferry-boat até Rio Bravo.


A carregar o barco.


Miguel e Jaime, já no barco.


Nós tivemos capota.


O Jaime nem por isso.


Carregar as biclas na pick-up.


Se com dois dias a pedalar já notávamos alguma "interioridade" pelos sítios por onde pedalávamos, a partir daqui senti-mos muito mais esse factor. Por exemplo estes dois portos (Puerto Yungay e Rio Bravo), são somente duas rampas de cimento onde o ferry atraca.


À espera do ferry.


PATAGÓNIA SIN REPRESAS!



PATAGÓNIA SIN REPRESAS!

Aí vamos nós.


O trio no ferry.


Na companhia do George e do Pedro.


Navegando pelos fiordes.


Atracando em Rio Bravo.


A chuva parecia não nos querer deixar e na verdade não deixou. Desde que desembarcámos em Rio Bravo, pedalamos um pouco mais de 100 Kms até chegar a Villa O'Higgins, sempre debaixo de chuva. Pelo caminho passamos por uma zona onde existem Huemules (espécie em extinção) que tivemos a sorte de encontrar, graças ao olho bem atento do Mané (mais conhecido durante estes dias por José).


Pedalar em dia de molha.


A primeira subida do dia.


E dura ...


Mais uma vista espectacular.


Huemule.


A cascata que só o Mané fotografou.


Vistas ...



Mané.


Miguel e Pedro.


Pedro e Miguel.


Mané.


Vem aí mais gente.


Em paragem para uma barrita.


Em Villa O'Higgins, entrámos em casa da senhora que nos recebeu com tudo molhado. Valeu o ambiente quentinho para lavar a roupa e secar tudo o que havia para secar.


Jantar em Villa O'Higgins.


É o Mané ou o Kiko?


O estendal à volta da salamandra.


A vista de um dos quartos.


O dia seguinte teve pouco pedal, mas foi um dia espectacular. E foi espectacular por tudo .....
Saimos de Villa O'Higgins e pedalámos 7 ou 8 Kms até ao fim da carretera austral. Aqui apanharíamos um barco para uma travessia que duraria cerca de 3 horas. E assim que voltassemos a terra teriamos até às 18:00 para percorrer cerca de de 2o Kms até ao Lago del Desierto e 7 Kms que poderiam ser a pé. Até às 18:00, porquê? Porque às 18:00 saía outro barco para atravessar o lago. As contas saíram-nos furadas, isto porque estávamos numa zona militar e o barco como não era um barco regular, foi alugado para o efeito, teria de ser vistoriado por um oficial da marinha chilena. Com o tempo que levou a chegar, com o que andou a engonhar, com o tempo que o (manfio) do capitão do barco engonhou a falar de politiquices e com a agravante de nos termos esquecido que na Argentina onde fica o Lago del Desierto a diferença horária nos roubava mais uma hora ficámos com pouco tempo para fazer todo aquele trajecto, isto porque teríamos de contar com o tempo que iríamos perder junto aos postos fronteiriços chileno e argentino. Com isto tudo o dia não correu como o esperado ...


Os últimos 7 Kms da carretera austral.


Coelhone.


Fim da carretera austral.


Fim da carretera austral.


O grupo, junto ao fim da carretera austral.


Lago O'Higgins.


Durante a travessia de barco tivemos tempo para ir secando o resto da roupa que ainda estava húmida. Deu muito jeito ....


Durante as 3 horas de barco.


As várias formas de secar a roupa.


Mais roupa a secar ...


Tiaguss.


O bonito fiorde do Lago O'Higgins.


Navegando.


Um dos muitos faróis existentes nos fiordes.


Linhas de água a desaguar no Lago O'Higgins.

Assim que atracamos em Candelário, tínhamos para começar uns 400 metros de desnível para vencer em 7 ou 8 Kms. Começamos a pedalar a um bom ritmo e no cimo da subida, fizemos as contas o que faltava e à incógnita dos 7 Kms "pedonais" e chegamos a conclusão que não iríamos chegar a tempo do barco. Com a agravante que junto ao Lago del Desierto, não havia mais que um posto fronteiriço da Gendarmeria Argentina e do lado onde nós estávamos existia somente um posto fronteiriço dos Carabineros de Chile. Mas o Pedro tinha estudado bem a etapa e não nos deixou mal, sabia da existencia de uma estância por aqueles lados em Candelário. Não se pense que existia ali algum resort, a verdade é que o que nós chamamos aqui de quinta ou herdade, etc ... para aquelas bandas chamam-se estâncias. Voltámos atrás e um dos carabineros explicou ao Pedro onde ficava a Estância Candelário Mansilla. Se estávamos apreensivos sobre como iríamos passar aquela noite, ficamos mais que descansados, ficamos super contentes ao descobrir o local lindíssimo onde era a estância. As vistas sobre o lago e as montanhas eram deslumbrantes ....


Candelário.


Candelário.


Posto fronteiriços dos Carabineros de Chile.


Posto fronteiriços dos Carabineros de Chile.


Vistas desde Candalário.


A subida que fizemos duas vezes.


As vistas lá de cima.


De novo as vistas no cimo da subida.


Pedrosa.


Um desfiladeiro fora do caminho, descoberto pelo Mané.


Mais um registo.


De novo ao pé dos carabineros.


A mesma paisagem.


A caminho da estância.


Mané.


Vistas para onde atracámos.


Um cão simpatico.


Desfrutando as vistas na Estância Candalário Mansilla.


Ficámos ali mais de uma hora a desfrutar as vistas.


Ganda maluca.


As vistas desde casa ...


Um ..... boi.


Marrecos.


Cavalinhos.


A estância era habitada pelo Ricardo e pela Carmen e pelo pai destes dois irmãos. Para nossa sorte chegamos no dia certo, tinham acabado de matar uma vaca. Foi dela que tivemos o nosso jantar e foi dela, juntamente com o pão feito pela Carmen, que tivemos as nossas sandes no dia seguinte. Passamos um fim de tarde completamente relaxados, depois do stress de saber que não iríamos apanhar o barco e estávamos no meio do nada, sem comida e sem sitio para dormir.
A sobremesa foi feita por nós, apanhamos maças (ui, que maças) e cozemos maças. À excepção dos portugas, mais ninguém conhecia tal sobremesa.


Mais vistas desde Candalário.


Os anfitriões Carmen e Ricardo com o Pedro.


O jantar e as sandes do dia a seguir ... vieram daqui.


A fazer a sobremesa.


Grande clube este.


No dia seguinte o plano era levantar cedo, voltar a subir aqueles quilómetros iniciais e atravessar para a Argentina pela fronteira pedonal que não sabíamos se a conseguiríamos fazer de bicla.
Assim que repetimos a subida, continuamos a pedalar até sermos presenteados com um cenário lindíssimo. No fim de uma recta, em que o caminho cortava a meio um bosque já conseguíamos ver, a par do nascer do Sol, uma pontinha do imponente Fitz Roy.

Assim que chegamos ao fim dessa recta, já se avistavam os 1500 metros de parede desta mítica montanha, que só esta ao alcance dos melhores dos melhores escaladores.

Começamos a descida. Chegamos a um rio sem ponte para o atravessar. O Miguel tentou a sorte a pedalar mas foi ao charco. Nesse momento o termómetro marcava exactamente 0 graus. Demos conta de umas tábuas, completamente cheias de gelo da geada que tinha caido que estavam colocadas umas atrás das outras e que dariam para atravessar por ali. Escorregava tanto que a melhor solução foi mesmo passar de meias, pois além de não corrermos o risco de molhar o calçado as meias colavam literalmente no gelo e dava bastante segurança na travessia com a bicicleta às costas.


Uma passagem em equilíbrio.


George, Pedro e eu.


Continuámos e eis que quando demos conta estávamos a entrar na Argentina, por esta fronteira no meio do monte tão pouco utilizada.

A parte que tínhamos duvida se era ciclavel tornou-se num espectacular singletrack de 7 Kms em que as únicas vezes que desmontámos foi para ultrapassar as arvores caídas no meio do bosque. Este trilho terminou com uma fantástica descida para o Lago del Desierto. Só mesmo estando lá ......


Inicio do trilho mais espectacular.


Coelho com o Fitz Roy ao fundo.


Onde está o Mané?


Lago del Desierto e o Fitz Roy.


Lago del Desierto e o Fitz Roy.


A chegar ao lago.


Como havia malta que estava com um ritmo mais lento na descida, eu e o Mané deixamo-nos levar pela descida, com o intuito de chegar a tempo do barco e fazê-lo esperar no caso de ainda não ter chegado o pessoal todo.
Junto ao Lago del Desierto, estava o posto fronteiriço da Gendarmeria Nacional Argentina onde levamos mais uma carimbadela no passaporte.


Junto ao posto fronteiriço da gendarmeria argentina.


Junto ao posto fronteiriço da gendarmeria argentina.


Junto ao posto fronteiriço da gendarmeria argentina.


Apanhámos o barco e desfrutamos de mais uma travessia simplesmente magnifica. Ao chegarmos à outra ponta do lago, foi pegar nas biclas para pedalar 40 Kms até El Chaltén. Pelo caminho aparece o Jaime, quase que o matámos do coração quando não chegámos no dia anterior. Correu tudo bem, ele é que teve um mau bocado por saber que andávamos no monte, mas comunicações é mentira!!



Mais um barco.


Lago del Desierto.


A atravessar o Lago del Desierto.


Montanhas ao lado do lago.


Lago del Desierto.


Observando as vistas.


No relaxe.


Fim da travessia.


Fitz Roy cada vez maior.


Mané.


A caminho de El Chaltén.


Fitz Roy.


Fitz Roy.


Fitz Roy sempre presente.


Lindo.


Mané e ....


... Coelho.


Mais uma técnica de secagem de roupa.


Cada vez mais deslumbrados.


Coelhone.


Um pequeno lago entre muitos.


El Chaltén é uma cidade estranha, cheia de malta nova e basicamente só tem comércio e alojamentos. Mal chegámos fomos petiscar num sitio recomendado pelo Jaime. Estava terminada esta primeira fase pedalante.


Quase em El Chaltén.


El Chaltén.


El Chaltén.


À entrada de El Chaltén.


O grupo a matar as solitárias.


Assim já estamos todos.


Desmontar e carregar. Esta etapa está feita.


Entretanto o Jaime já tinha despachado as nossas mochilas para El Calafate e nos carregamos as biclas na carrinha para fazer este transfer de 200 Kms por uma estrada (alcatroada) bastante movimentada, por estarmos numa zona bastante turística.

É nas situações de avião e deste tipo de transporte que as nossas bicicletas ficam mais todo terreno. Quero dizer com isto que como a única forma de se transportam é literalmente ao monte, só custa ver as primeiras vezes, depois ..... vamo-nos habituando. Pelas cores extra que os quadro ganham até dá para adivinhar, quais eram as bicicletas que iam ao lado. O pensamento tem de ser: “desde que não se estrague nada ...”. Ao descarregar até pode aparecer um disco empenado, mais uma arranhadela, etc, mas isso é um mal menor, tendo em conta os tratos que levaram nos trilhos e nos transportes.


Fitz Roy e o imponente Cerro Torre.

Chegados a El Calafate, ficamos bem instalados num pequeno Hotel dos arredores da cidade. As vistas continuavam a ser lindas, pois conseguimos ver as montanhas e no sopé destas, o maior lago da argentina, o Lago Argentino. À noite fomos a um bom restaurante provar o tradicional e delicioso, cordero patagónico. O dia seguinte esperava-nos uma longa jornada, mas não era para fazer de bicicleta.


Jantar na tablita.


Por esta altura além das confusões com os fusos horários, pois ora estávamos em território chileno, ora estávamos em território argentino, também já não fazia a mínima ideia que dia do mes e da semana seria. Como também não fui ver agora, só posso adiantar que ....... no dia seguinte logo pela manhã fomos visitar o ESPECTACULAR glaciar Perito Moreno, antes de seguir viagem para Punta Arenas (Chile).


Aviso.


Xuning lá do sitio.

O glaciar Perito Moreno é nada mais nada menos que uma pontinha de gelo da terceira maior massa de gelo do planeta, atrás da Antárctida e da Gronelândia. Dos miradouros situados mesmo à frente desta maravilha da natureza, consegue-se ver quase na totalidade os 5 Kms de comprimento com 60 metros de altura, desta “língua de glaciar” com quase 30 Kms de comprimento. De certa forma o cenário assemelha-se algo como se estivéssemos no meio de uma tempestade. Enquanto que num temporal, vemos o relâmpago e depois vem o trovão, ali cada vez que se ouve um “trovão” é porque se está a desprender algumas toneladas de gelo que estão na eminencia de cair. O som é algo fora do normal, pois o barulho do desprendimento ecoa por todo o lago ...


A cidade mais alta no Perito Moreno.


Queda de gelo I.


Queda de gelo II.


Queda de gelo III.


Queda de gelo IV.

CMG.

Perito Moreno.

Coelho, Mané e o Tiago san.

Perito Moreno.

Mais uma perspectiva.

Gelo.

Gelo.

Gelo.

E mais gelo.

Onde o glaciar divide o Lago Argentino em dois.

Ainda o Perito Moreno.

Parte dos 5 Kms de extensão.

Miradouros do Perito Moreno.

Lindo.

Ainda o glaciar.

Entrada do miradouro.

Mais passadiços sobre o glaciar.

Mais uma queda.

Toneladas de gelo.

Uma curiosidade que desconhecia deste glaciar é que é graças a ele que o lago argentino não é o maior da América do Sul pelo facto de cortar o lago ao meio. Este glaciar é como se tivesse uma fronteira virtual pois com os avanços e recuos ao longo dos anos, mantem-se constante. Passam-se anos em que está mais recuado, não chegado a dividir o lago e passam-se anos em que está tão avançado que divide o lago. Foi neste estado que o vimos. À esquerda do glaciar o nível da água está 10 metros abaixo, à direita do glaciar o nível da água está bastante acima, ao ponto de estar a começar a ameaçar casas nos arredores de El Calafate. Se dentro de 1 ano, não voltar a recuar, certamente existiram casas que ficaram submersas e só voltaram a emergir passados mais um ou dois anos.


A divisão do lago mais ao pormenor.

A divisão do lago mais ao pormenor.

A divisão do lago mais ao pormenor.

Visto o glaciar, voltamos à estrada. O Jaime já tinha saído de manhã, foi andando até à fronteira com as nossas tralhas e esperou por nós já no lado chileno. Nós fomos numa carrinha alugada até 5 Kms da fronteira e estes 5 Kms seguintes demoraram uma eternidade a fazer. Isto porquê? Porque nem toda a gente está credenciada para fazer transporte de passageiros de um lado da fronteira para o outro, daí não termos ido com o Jaime e nem nesta carrinha podíamos passar. Tivemos de apanhar um autocarro de uma empresa credenciada para o efeito e assim que chegamos à fronteira fomos a pé ter com o Jaime, depois de nos termos despachado das burocracias, revistas, carimbos, etc, etc ...


Coelho em El Calafate.


El Calafate.


Os bichos urbanos.

Distâncias ...

À espera do Greg.

Chegámos a Punta Arenas, já passava da meia noite. Instalamo-nos, montamos de novo as biclas e dormimos 4 horitas, pois tínhamos de sair cedo para pedalar até ao ferry-boat, para atravessar o Estreito de Magalhães. Não dormirmos 5 horas porque nos esquecemos que estávamos de novo no Chile e então o relógio tinha de se atrasar uma hora.

É uma sensação engraçada andar por estes lados com nomes portugueses. Só de ver os locais e imaginar isto à 500 anos atrás dá que pensar ...... grande Fernão de Magalhães!!! Não há português ali, que não fique não fique com a auto-estima bem lá em cima!


Punta Arenas.


Em Punta Arenas a caminho do Estreito de Magalhães.


Pelas ruas (e passeios) de Punta Arenas.


Antigo navio de guerra.


Antigo navio de guerra.

Aqui curiosamente fomos noticia. O Jaime tinha falado em Punta Arenas de onde éramos, de onde vínhamos, para onde íamos e à entrada do ferry-boat estava um senhor da Rádio Polar de Punta Arenas que falou com o Pedro. O mais engraçado foi que horas depois enquanto estávamos parados a abastecer durante o almoço ouvimos a noticia na rádio.


Entrando no Melinka.


Jaime a entrar no ferry.


Mais um amigo.


Melinka já em Porvenir.

Assim que estávamos a chegar a Porvenir um grupo de golfinhos acompanhou o ferry na ultima meia hora de viagem. Eu sei que no estuário do Sado também posso ter este tipo de presentes, mas a verdade é que das poucas vezes que fui de ferry de Setúbal a Tróia nunca fui presenteado com tanta brincadeira, destes simpáticos animais. Foi sem dúvida o mote para os dias de vida selvagem que se avizinhavam ...

Os golfinhos que nos acompanharam à chegada.

Porvenir.

Desembarcamos em Porvenir e acabámos em Onaisin. Foram os primeiros 110 Kms na Tierra del Fuego. Aqui foi tudo muito rolante e neste dia, basicamente andámos a contornar a Baía Inútil, uma baía tão bonita com ligação ao Estreito de Magalhães e com um nome tão feio. Talvez o Fernão de Magalhães tivesse tentado ir por ali e como não tinha saída lá a achou inútil, dissemos nós na palhaçada.

À saída do Melinka


Deixando o ferry.

Não, não é do Star Wars.


Mané na Tierra del Fuego.


Coelhone na Tierra del Fuego.



Bienvenidos.


Coelho e o Yoséi.


Yoséi.


Por Porvenir.

Se na carretera austral os fartámos de ver guanacos, aqui era em cada planície havia uma manada deles, inclusive atravessavam-se no nosso caminho para desviar as nossas atenções da manada.

Os primeiros Kms na Terra do Fogo.

Coelhone.

Descansando num abastecimento.

Ree...

...eeeectas.

Contornando a Baía Inútil.

Tiago na Terra do Fogo.

Gansos.

Bom piso.

Um guanaco mais atrevido.

Tiaguss com outra montada.

Planícies da Terra do Fogo.

Guanacos.

Um cavalo.

Mais outro cavalo.

Uma árvore que só o Mané viu ...

Desfrutando a paisagem.

Barcos de pesca na Lagoa Inútil.

Por la carretera ...

Greg, Coelho e eu em mais um abastecimento.

Por la carretera ...

Mais planícies.


Mané e Tiago.

A baía que contornamos durante todo o dia.

A Baía Inutil.

A dormida foi em Cameron em casa dos simpáticos Lala e Don Dalmiro. Para variar uma comida típica, cordero patagónico servido no quincho desta simpática família. E que bom que estava!! Quincho, uma palavra nova para nós, que se refere a uma especie de cozinha grande, com uma grande fogueira para fazer o comer e com mesa e cadeiras que dava para uma carrada de pessoas. Aqui em Portugal é como se fosse a cozinha das tainadas que fica num anexo da casa, a única diferença é que não é só usada para as tainadas, mas sim no dia a dia destas gentes.

Com a Sra. Lala em Cameron.

Começo a ficar sem adjectivos para descrever as paisagens, como tal vou ter de os repetir ....

O dia seguinte, percorremos mais 100 Kms para ligar Cameron ao lindíssimo Lago Blanco. A paisagem foi muito idêntica ao dia anterior, com a diferença de que ao chegar ao Lago Blanco entramos por um bosque fabuloso que existe em redor do lago. Além dos cavalos selvagens, águias, flamingos e outros pássaros que não consegui distinguir, vimos vestígios de castores, isto é, vimos aqueles açudes que aqueles engenheiros constroem nas linhas de água. Durante todo o dia a temperatura esteve agradável, o vento não incomodou, mas ao cair do dia, nos ultimos 15 Kms a chuva apareceu.


Deixando Cameron.


Deixando Cameron.


Cameron com vista para a Baía Inútil.


Gado.


Ovelhitas.


Um monumento à entrada de Cameron.


Dois estrangeiros tomam de assalto o barco.


Mais rectas ...


Mais guanacos.


Um monumento nacional.



Cavalos selvagens.


Mais cavalos selvagens.


Cavalos selvagens mesmo à frente do Coelho.


Os três da Guarda.


Coelho.



Os curiosos guanacos.


Flamingos ao longe.


E ao perto.


Ainda os flamingos.


Jaime à nossa espera para abastecer.


O grupo todo a abastecer.


De novo no caminho.


Posto dos carabineros do Chile.


A reagrupar.


Mané, Coelho e eu.


A caminho do Lago Blanco.


No bosque que antecede a descida para o Lago Blanco.


Passarada.


O bosque.


Lago Blanco.

Descemos ao lago onde o Jaime já nos esperava numas cabanas de um clube de caça e pesca. Deu para tomar um banhinho quente, lavar a roupa e a janta foi preparada pelo Jaime no quincho deste clube. O Jaime é realmente um gajo 5 estrelas, era impossível ter-nos tratado melhor. Foi mesmo um amigo que fez com que saíssemos da Patagónia com vontade de lá voltar um dia ....

Junto às cabanas.

Tivemos sorte com o tempo, pois só apanhamos um pouco de chuva durante a manhã e o vento deu-nos um empurrãozinho nesse dia. Fizemos 120 Kms em pouco mais de 5 horas, tendo em conta que nas paragens gastámos quase hora e meia, a média enquanto pedalámos foi de 21 Km/h a pedalar nas calmas. Quando digo nas calmas, foi mesmo sem estar a chegar aos limites, isto tudo porque também graças ao vento chegávamos a rolar a 45 Kms/h. O reverso da medalha veio quase no fim do dia. Assim que entrámos em alcatrão tínhamos de fazer um pequeno desvio de 15 Kms para chegar à cidade de Rio Grande onde iríamos dormir.


Deixando as cabanas do Lago Blanco.


A ventania do dia.


As águas agitadas do lago.


Lago Blanco.


Mané.


Lago Blanco.


Ainda o Lago Blanco.


Coelho.


Deixando o Lago Blanco.


De novo no caminho.


Naquele dia sentimos o poder dos ventos patagónicos, depois da ajuda que nos deu, tivemos de fazer 3 Kms com vento de frente. Nem o alcatrão ajudou, foi quase meia hora para fazer aquela pequena recta. Se tivéssemos apanhado o dia todo o vento assim, aquele dia teria de ser repartido por dois no mínimo.



Mané.


Um dia bonito.


Um dia rápido.


Coelho.


Posto fronteiriço chileno.


Já depois de ter passado o rio (descalço).


Greg a entrar na Argentina.



Uma Portugal-Austrália, à porta do posto da gendarmeria argentina.


Tiago.


Tiago.


Coelho.


Uma estância.


Um bom disparo.


Mais animais.


Outra estância.


Coelho a fotografar.


Tiago a enfrentar o vento.


Tiago.


A ponte antiga a entrar em Rio Grande.


Há quem se deite nas curvas e .... nas rectas também.


Ficamos instalados numa pequena hospedaria no centro da cidade e desde que saimos de Buenos Aires foi aqui, quase no fim que encontrámos net a uma velocidade aceitável, somente caia a ligação e ficava horas sem vir de novo. A cidade de Rio Grande já é uma cidade com bastante movimento e é muito conhecida pelo rio farto em peixe. É um destino muito usado por pescadores e fica mesmo junto ao Oceano Atlântico.


Bem acomodados em Rio Grande.


Nessa noite, durante o jantar não consegui actualizar o blog, por ter ficado sem net, apesar de ter ficado uma hora à espera. Mas, no dia seguinte antes do pequeno almoço, lá consegui deixar algumas fotografias.

O dia mais longo foi o dia que saimos de Rio Grande e rumámos a Tolhuin. Foram 150 Kms com um bom andamento.
Ainda tivemos receio que o vento nos impedisse de chegar a tempo ao destino, mas além de estar mais fraco que no dia anterior, apanhavamo-lo de lado e assim acabou por só incomodar durante as paragens para comer.
Em relação às paisagens não há muito a dizer sobre este dia, simplesmente porque foi tudo muito identico aos dias anteriores, com a excepção do final. Muita planície, muita bicharada, algumas estâncias a quilómetros da civilização. Ao Km 130 acabou-se a terra batida.


Águia.


Outra águia.


Um dia mais fresco.


Pedrosa à frente do grupo.


Coelho e eu.


Paisagens da Terra do Fogo.


Mais uma águia.


Mané.



Mané.


E Mané.


Coelho.


O amigo Jaime.


Mais passarada.


Mais uma estância.


Este não saltou por pouco.


O mesmo passarão.


Tiago e Mané.


Mais uma estância na planície.


O Mané sempre atento à passarada.


Mais bichos.


Greg.


Cavalos.


A planície imensa.


As rectas intermináveis.


Chegámos ao alcatrão da estrada pan-americana sem alternativas para chegar a Tolhuin em terra. Aqui já existe muito movimento e os carros são uma constante. Para quem não sabe, esta estrada percorre todo o continente americano, desde o Alaska até Ushuaia na Argentina. São 25000 Kms a percorrer todo o continente americano. Aproveito para mais uma vez divulgar o site de um português (primo do Pedro) que a está a fazer à cerca de ano e meio de bicicleta. Vale a pena acompanhar esta enorme aventura aqui. Estes stressantes últimos 20 Kms, foram compensados na chegada a Tolhuin.



A sandocha antes de entrar em alcatrão.


A caminho de Tolhuin.


Chegada a Tolhuin.

Esta localidade situada ao lado do Lago Fagnano não é propriamente bonita, mas está num local lindíssimo. Este era um dos três dias que estava programado pernoitar em tenda, mas o Jaime descobriu umas cabanas 5 estrelas para passar a noite. Com tanto comodismo, já nem queríamos sair de lá. As cabanas ficavam a 5 metros das águas cristalinas do Lago Fagnano. Estas tinham uns envidraçados enormes que nos possibilitavam contemplar a paisagem mesmo estando dentro de casa. Lindo ...


O local da dormida.


Lago Fagnano.


Cabanas que mais parecem casas.


Lago Fagnano.


Me and my cousin Yoséi.


As bonitas cabanas.


Junto ao Lago Fagnano.


Mané, eu e Coelho à entrada das cabanas.


Tiaguss.


Tiaguss.


Coelho, Greg e eu.


Bonitas as vistas dentro de casa, não?

O jantar mais uma vez, confeccionado pelo Jaime, estava um petisco. Depois de ver-mos as fotografias dos ultimos dias no computador do Coelho (levado especialmente para descarregar fotos), fomos todos xonar.

O ultimo dia de pedal, amanheceu chuvoso e frio. Já estávamos muito a Sul e aqui os 1000 Kms de distancia da antartida já se reflectem e muito no clima. O nosso caminho a seguir era exactamente a estrada pan-americana até Ushuaia.


Lago Fagnano.


Na estrada Pan-Americana.


Lago Escondido.


Montanhas nevadas.


Lago Fagnano.


A caminho de Ushuaia.


A caminho de Ushuaia.


Lago Escondido.


Grande paredão escondido.



Foi um dia de 100 Kms e 100% alcatrão. Praticamente rolamos até à Lagoa Escondida e aqui subíamos ao Paso Garibaldi a cerca de 450 metros de altitude, onde estava a nevar. Não é muito estranho nevar naquela altitude, tendo em conta que existem estâncias de ski a 200 metros de altitude e a muitas delas fica abaixo da cota dos 1000 metros.



A chegar ao Paso Garibaldi.


Coelho com vista para o Lago Escondido.


Greg e Coelho.


Na descida posterior ao Paso Garibaldi, deu para arrefecer um pouco, mas como sabiamos antemão que iamos ter este sobe e desce, fizemos a subida ao relantim para não aquecer muito e a descida foi feita sem grande frio. Entretanto ainda paramos num cafe à beira da estrada para um cafezinho quente e para dar de comer a um cãozinho simpatico que gostou muito do Mané.


Precipícios.


Mané.


Mirando o Lago Escondido


Neve acabada de caír.


Mané.


Passarada.


Mais uns quilómetros e chegámos a Ushuaia, mais conhecida como a cidade mais austral do mundo, conhecida também como fim do mundo. A verdade é que a Sul de Ushuaia, na margem do Canal Beagle, ainda existe uma pequena localidade chilena chamada Puerto Williams. Afinal o mundo não acaba em Ushuaia .... :)



Eu e o Coelho, na chegada a Ushuaia.


Greg e Mané na chegada a Ushuaia.




Só falta o Pedrosa nesta foto.


Ushuaia à vista.


Foram 980 Kms até aqui ...


Greg com a malta da Guarda.

Assim que chegámos fomos logo até à famosa placa de Ushuaia, onde qualquer turista tira fotografias com vista para o Canal Beagle. Ao fim destes dias, estavam percorridos 980 Kms pedalados pelas zonas mais bonitas do planeta. Não tenho duvida que foi das zonas mais bonitas onde pedalei na vida ...

Assim que nos instalamos na cidade, fomos jantar a uma espécie de rodízio, onde também houve lugar para o ...... cordero patagónico.


Cordero Patagónico.

O dia seguinte foi para passear por Ushuaia, encaixotar de novo as bicicletas e fazer as malas para regressar a Buenos Aires. Ushuaia está para a Terra do Fogo, como o Sabugueiro está para a Serra da Estrela. A cidade está cheia de comércio e pouco mais ...

Se no Sabugueiro vendem o cada vez mais tipico cão da serra de peluxe, em Ushuaia vendem o tipico pinguim magalhanico. A tradicional t-shirt de Ushuaia, o iman do frigorifoco e a caneca do fim do mundo são recuerdos que se podem encontrar em qualquer loja. Ao entrar na zona onde estão os operadores que vendem viagens de barco pelo Canal Beagle somos completamente assediados para comprar o passeiozinho de barco de 100 dólares para ver os pinguins. Mais parecido com isto só mesmo o assedio para provar o queijo quando se entra no centro comercial da torre. Escusado será dizer que a cidade de Ushuaia é bonita vista ao longe, vista do Canal Beagle ou vista do aeroporto, porque a cidade em si ..... é para esquecer. Mal empregado dia e meio que ali estive e que podia ter andado a passear pelos fiordes chilenos junto à carretera austral. No entanto no porto de Ushuaia aparecem cruzeiros para visitar a cidade, nem imagino a pressa que estas pessoas devem ter para voltar ao barco. No que respeita a preços de alojamentos e restaurantes, Ushuaia está para a Argentina como o Algarve está para Portugal. Poucos argentino vão ao fim do mundo, na rua é tudo estrangeiro. Tendo em conta que para nós a Argentina é um destino barato, Ushuaia é uma excepção à regra. Um bom restaurante de Buenos Aires é mais barato que um qualquer tasco desta cidade. Em suma, Ushuaia, não me impressionou muito ....


O Mané sempre a fazer amigos.


Que até lhe pagam copos sem o conhecer ...


Ushuaia.


De novo no mesmo sitio.


Desta vez com a bandeira da cidade mais alta de Portugal.

O dia que saimos de Ushuaia parou de chover e voamos para Buenos Aires com escala no aeroporto Islas Malvinas em El Calafate.


Deixando Ushuaia.


As montanhas começam a aparecer.

Foi o voo mais atribulado que já tive. Ao aterrar em El Calafate, apanhamos muita turbulência quando estávamos para aterrar em Buenos Aires estava um temporal desgraçado. Muita chuva, muito vento que obrigou o avião a aterrar noutro aeroporto por questões de segurança. Nunca tinha visto um avião a chocalhar tanto no ar.


Perito Moreno visto do avião.


A caminho de Buenos Aires.


Buenos Aires.


No aeroporto J. Newberry.

Assim que chegamos ao hotel todos os canais da televisão mostravam em directo o temporal que se estava a abater sobre a cidade. O positivo disto tudo é que nos abriu o apetite e à noite encontrámos um excelente restaurante com musica e tango ao vivo, onde fomos muito bem tratados. Estes últimos dias sem pedalar e a comer bem trataram de repor um quilito ou outro que se terá perdido pela Patagónia.


Na primeira fila do Restaurante "La Estância".


Musica ...


Acrobatas.

No dia que tínhamos o voo para Madrid, ainda deu para conhecer o centro de Buenos Aires na companhia do Greg.



O Coelho aqui ainda fez negócio.


Parlamento.


Casa da presidente da Argentina e o Cristovão Colombo.



Passeando por Buenos Aires.


À primeira vista parece Sevilha (private joke), mas não é ...


Igreja.


Nós e o Cristovão Colombo.

Mais 12 horas de voo e chegamos a Madrid. A capital espanhola estava toda nevada e a Serra de Guadarrama estava branquinha. As biclas demoraram a chegar, mas assim que chegou tudo já o Mané tinha ido buscar a carrinha ao sitio que o Miguel Coelho tinha recomendado. Fizemo-nos à estrada e antes das 21:00 já estávamos na Guarda, cada um à porta de casa sem chave porque a família de todos estava à nossa espera algures pela A25 para fazer uma surpresa, mas a surpresa foi nossa.

Resumidamente esta foi uma viagem de sonho. Foi espectacular fazer a travessia da Tierra del Fuego de bicicleta, mas pedalar pela cordilheira dos Andes, no meio daqueles fiordes lindíssimos, ao lado de lagos, rios e glaciáres fabulosos foi uma experiência fora de serie.

Só tenho pena de duas semana ser tão pouco tempo ....

Só tenho pena da Patagónia não estar tão perto ...

Obrigado aos guias Pedro Pedrosa e Jaime Bustamante, aos colegas de viagem Miguel, Lisa, Greg, George.
Obrigado ao Clube de Montanhismo da Guarda que nos cedeu a carrinha para as viagens Guarda-Madrid-Guarda.
Obrigado ao Pirry, Sport Bike, EP-Fardas e I-Link.
Obrigado à família e amigos pelo apoio e pelo entusiasmo e pelo apoio dado.
Obrigado aos média Nova Guarda, Diário da Guarda e Rádio Altitude pela divulgação desta actividade e ao jornal Terras da Beira pela cobertura dada à nossa aventura.

Ficam aqui algumas das 3500 fotografias tiradas por todos (Mané, Paulo, Tiago, Pedrosa, Greg, Miguel, George, Lisa) .

Algumas fotografias iram estar a passar em modo de apresentação nas lojas que nos apoiaram.

E de volta ao normal. A maioria das próximas voltas, continuaram a passar pelo blog TiagussBTT.